Agora instalada na Oca, Bienal de Arquitetura busca tom mais crítico

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Programado para o fim deste ano, evento abandona perfil de feira

FABIO CYPRIANO
DE SÃO PAULO

A 9ª Bienal de Arquitetura (BIA), programada para novembro e dezembro, pretende ser menos chapa branca do que as edições anteriores.
Com a mudança de sede, do pavilhão da Bienal para a Oca, altera-se também o perfil da exposição. "Vamos ser mais reflexivos. A ideia é que haja um debate", diz o curador, Valter Caldana, diretor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo do Mackenzie.
Com isso, a mostra que costumava ser uma feira de arquitetura terá um caráter mais crítico, o que já se percebe no título, "Arquitetura para Todos Construindo a Cidadania". "Nas bienais anteriores, as salas especiais eram dedicadas a arquitetos renomados, o que foi importante. Mas agora elas serão vinculadas ao tema da mostra", diz Caldana.
O próprio formato dessas salas é inovador: em abril, o Instituto de Arquitetos do Brasil (IAB) deve lançar edital de ocupação dos espaços.
"Queremos mostrar o que funciona e o que não funciona na relação do cidadão com a arquitetura; dentre os vários mecanismos de apropriação dos espaços, há casos positivos, mas há também aqueles que impedem o desfrute da cidadania", avalia Caldana.
Além das salas especiais, a 9ª BIA continuará contando com as representações nacionais e a exposição geral de arquitetos. "Temos correspondentes em 23 países que estão selecionando projetos relacionados ao tema", diz o curador.
Caldana deseja que a bienal tenha caráter didático: "Temos de falar não só para arquitetos. Por isso, estamos negociando que a mostra se espalhe pela cidade, como em estações do metrô e no Museu da Casa Brasileira".
"A proposta é que seja mesmo uma bienal espalhada pela cidade de São Paulo e mesmo em algumas ruas, que vamos chamar de ruas culturais", reforça a presidente da seção paulista do IAB, Rosana Ferrari.
Em 2010, ela passou pelo constrangimento de perder a sede da BIA, que desde 1973 ocorria no pavilhão da Bienal, porque a Fundação Bienal programou para a mesma época mostra comemorativa de seus 60 anos.
O prefeito Gilberto Kassab acabou cedendo outro espaço projetado por Niemeyer, a Oca, que fica a apenas alguns metros do local original.
A BIA também deixará de ocorrer apenas na capital do Estado, segundo a presidente: "O Danilo [Santos de Miranda] nos ofereceu toda a rede do Sesc no interior, o que nos deixa muito felizes".

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