Os caminhos da mobilidade no Brasil

Mobilidade                                                                 Os arquitetos e urbanistas Candido Malta Campos Filho, acima, e Jorge Wilheim, à direita, apresentam visões dos planos necessários para desafogar o tráfego das grandes cidades brasileiras

O momento é promissor para as obras de transporte no país. Além da demanda resultante do período de crescimento econômico, a aproximação da Copa e das Olimpíadas aumenta a pressão por melhorias que, como um legado às cidades-sede, sejam, posteriormente, utilizáveis pela população, principalmente em relação aos modais coletivos de transporte.

E diversas cidades brasileiras planejam investimentos. Manaus, Belo Horizonte e Rio de Janeiro têm projetos em desenvolvimento. Sistemas mais antigos, já implantados, revelam alternativas pelo país afora, como em Curitiba, um BRT (bus rapid transit, os conhecidos corredores expressos de ônibus) implantado em 1979 com estações tubulares, e o BRT de São Paulo, cujas estações de transferência utilizaram, em sua maioria, estruturas em aço para solucionar o espaço restrito das calçadas (ver reportagem na edição nº 14, páginas 18 e 19).

Para o arquiteto e urbanista Candido Malta Campos Filho, à frente da consultoria URBE, o sistema viário não comporta o crescimento atual, nem pode ser ampliado na maior parte das grandes cidades. “Em uma situação destas, somente é viável o transporte coletivo. Em princípio, e em geral, o sistema metroviário é mais barato, mas cada caso deve ser analisado em função da demanda”, afirma o urbanista.

Segundo Candido Malta, as soluções em VLP (Veículo Leve sobre Pneus), VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) e BRT (Transporte em Ônibus Rápido) são viáveis, mas somente para demandas de até 20.000 passageiros/hora, e ressalta que, no Brasil, “temos de 30 a 40 anos de demanda reprimida. Em geral, as cidades de primeiro mundo têm isso muito bem resolvido, como Paris, Londres e Estocolmo, as duas últimas ainda com pedágio urbano, uma alternativa para disciplinar o uso dos meios de transporte e incrementar os investimentos”.

Para o também arquiteto e urbanista Jorge Wilheim, responsável pela Secretaria de Planejamento da Prefeitura de São Paulo de 2001 a 2004, o caminho a seguir nas grandes cidades, e especialmente na capital paulista, é o investimento contínuo em construção e melhorias. “Transporte é sistema. Os modais, como os VLPs, VLTs e BRTs, devem ser planejados de forma integrada. Nenhum modal é capaz de transportar mais passageiros do que um trem ou uma rede de metrô. Ônibus em faixa própria é parte do sistema, não solução única, mas ele tem menor custo e tempo de implantação.” (G.J.)

Fonte: http://www.cbca-acobrasil.org.br/noticias-ultimas-ler.php?cod=5337&bsc=&orig=noticias-ultimas

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