As lições de Dallas e Medellín, duas cidades que renasceram através da Arquitetura e do Urbanismo


Hugo Segawa destacou renascimento das duas cidades através da arquitetura e do urbanismo
(Fernando Alvim / Divulgação CAU/RJ)

A cidade norte-americana de Dallas e a colombiana de Medellín foram apresentadas como exemplos de notáveis realizações urbanísticas, na palestra “Dallas / Medelín: duas realidades mundiais”, proferida pelo arquiteto Hugo Segawa, professor da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo – USP, nesta quinta-feira (31/10), durante a Conferência CAU/RJ de Arquitetos e Urbanistas, realizada na sede da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro – Firjan, no Centro do Rio.
Famosa pelo trágico assassinato do presidente John Kennedy, nos anos 60, pela riqueza proveniente do petróleo, pela aridez da paisagem, pelo fato de ser a cidade do automóvel e estar fora do grande circuito cultural norte-americano, Dallas conseguiu por meio de soluções urbanísticas e arquitetônicas muito bem-sucedidas inserir-se na agenda turística e cultural dos EUA — graças a construções como o monumental Winspear Opera House, ou Dallas Opera, o The Art Institute of Dallas, o Dallas Museum of Art, os seus arranha-céus e vias expressas muito bem definidas.
“Dallas poderia ser chamada de zoológico arquitetônico, mas se tornou bastante atrativa e venceu as condicionantes adversas. Em suma, Dallas era uma espécie de não-cidade, e o seu tecido estava esgarçado pela utilização do automóvel”, opinou Segawa.
Medellín, por sua vez, também foi apresentada pelo professor da USP como cidade esgarçada, mas desta vez por conta do tráfico de drogas que teve como símbolo de uma época nefasta o chefe do Cartel de Medellín, Pablo Escobar. Assim como Dallas, embora noutro contexto, Medellín reverteu uma situação adversa por meio de soluções arquitetônicas e urbanísticas.

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A cidade colombiana havia sido literalmente destroçada pela guerra entre facções de traficantes e iniciou o seu processo de recuperação por meio do sistema de transportes (o metrô e os teleféricos são exemplos) e pelo reequipamento cultural. “Os cidadãos de Medellín foram socialmente incluídos quando começou a lhes ser oferecido um conjunto de serviços e acesso a bens básicos”, salientou o palestrante.
Na prática, a inclusão cidadã em Medellín deu-se por meio da mobilidade urbana e da oferta de bens culturais como a Biblioteca de Santo Domingo, que em 2008 ganhou o prêmio de melhor projeto arquitetônico do ano em Lisboa, e o Museo Interactivo, que tem à sua frente um notável trabalho paisagístico.
“Medellín era a cidade do medo. A cidade do terror. Ela renasceu por meio da arquitetura e de investimentos culturais em espaços abertos estabelecidos para as novas gerações, que se apropriarão desses lugares”, disse Segawa.

Fonte: http://www.caubr.org.br/?p=16830

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