Procel Edifica concede etiqueta para prédios eficientes

Prédios sustentáveis residenciais, comerciais e públicos eficientes podem ganhar etiqueta da Eletrobras Procel e Inmetro
 Ivana Varela, para o Procel Info

 O Programa Brasileiro de Etiquetagem de Edificações (PBE Edifica), coordenado pelo Inmetro em parceria com a Eletrobras Procel Edifica, está começando a movimentar o mercado imobiliário brasileiro. Com o objetivo de incentivar a conservação e o uso eficiente dos recursos naturais (água, luz, ventilação, etc) nas edificações, a Etiqueta PBE Edifica foi lançada em 2009 e pretende reduzir os desperdícios e os impactos sobre o meio ambiente.

Assim como os eletrodomésticos, a Etiqueta PBE Edifica também faz parte do Programa Brasileiro de Etiquetagem (PBE). A certificação classifica o desempenho energético do edifício numa escala de A à E, além de sugerir medidas de melhorias.

O Objetivo do Programa é reduzir os desperdícios e os impactos sobre o meio ambiente, aproveitando ao máximo a capacidade de iluminação e ventilação natural das construções, e levando a um consumo menor de energia elétrica ao longo de toda sua vida útil. As mesmas garantias dos aparelhos de eletrodomésticos certificados, também existem para imóveis.

O gerente da Divisão de Projetos de Eficiência Energética no Setor Privado da Eletrobras, Marco Aurélio Moreira, explica que o pilar principal de uma construção sustentável é causar o menor impacto sobre o meio ambiente e a saúde de seus usuários. Existem alguns conceitos para a construção sustentável que podem ser resumidos da seguinte forma: planejamento sustentável da obra, aproveitamento passivo dos recursos naturais, eficiência energética, gestão e economia da água, gestão dos resíduos na edificação, qualidade do ar e do ambiente interior, conforto termo-acústico, uso racional de materiais e uso de produtos e tecnologias ambientalmente amigáveis. Desta forma, a Etiqueta PBE Edifica se insere não só na questão da eficiência energética, como também na economia da água e o conforto térmico, de acordo com os itens avaliados por ela em uma edificação.

“Estima-se que uma edificação projetada e construída segundo os preceitos da Etiquetagem PBE Edifica seja até 50% mais eficiente do que aquela que não incluiu critérios de eficiência energética em sua concepção. No caso de reformas, o percentual de economia é de cerca de 30%”, diz Marco Aurélio.

Ao todo o Programa já emitiu 83 ENCEs para edificações comerciais, de serviço e públicas, além de 2068 para edificações residenciais, incluindo casas, apartamentos, edifícios multifamiliares e áreas de uso comum. A última a ganhar a Etiqueta PBE Edifica foi o prédio do Centro Sebrae de Sustentabilidade. O edifício fica no Mato Grosso e foi o primeiro da região a ser certificado. O prédio foi construído pelo Sebrae para ser um laboratório vivo onde empresários podem vivenciar experiências de construção sustentável do ponto de vista ambiental, econômico e social. As obras começaram em 2008 e a inauguração ocorreu em outubro de 2010. Com nota 5,6 em uma pontuação máxima de 6, tanto o projeto quanto a construção do CSS foram enquadrados no nível A, o mais alto do PBE Edifica.
Quem projetou a edificação foi o professor do curso de arquitetura da Universidade Federal do Mato Grosso, José Afonso Portocarrero. Segundo ele, obter a Etiqueta PBE Edifica é muito importante, porque valoriza a arquitetura e a cultura indígenas. “A etiqueta tirou a prova dos nove e comprovou o que eu sempre tive certeza com relação à eficiência construtiva da arquitetura indígena”, disse o arquiteto.

A engenheira do Sebrae, Suenia Sousa, coordenadora do centro e quem gerenciou a obra, enfatiza que a certificação é uma ferramenta altamente eficiente “É fundamental para o CSS ter essa certificação, porque credencia o centro a falar de redução de energia, uma das prioridades do trabalho do Sebrae em sustentabilidade nos pequenos negócios”, conclui.

Por enquanto, mesmo nos órgãos públicos, a etiquetagem de edificações ainda tem caráter voluntário. Para torná-la compulsória, novos organismos de inspeção serão acreditados pelo Inmetro em 2014. Segundo Marco Aurélio, a pretensão é que a Etiqueta PBE Edifica se torne compulsória em um horizonte máximo de 30 anos para a maioria das edificações brasileiras. Para as edificações comerciais públicas, a compulsoriedade deve se dar até 2020. Já para as edificações comerciais de serviços, até 2025, e para as residenciais, até 2030. “Estamos caminhando para um horizonte onde a maior parte do mercado de edificações deverá ter a ENCE – Etiqueta Nacional de Conservação de Energia – como a maioria dos eletrodomésticos”, conclui Marco Aurélio.

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