EUA: diversidade marca cidades digitais

Marcelo Medeiros, Guia das Cidades Digitais



Projetos que formam uma cidade digital têm se tornado cada vez mais comuns mundo afora. Diversas prefeituras há tempos desenvolvem aplicativos, sites, equipamentos e softwares, com ou sem auxílio da iniciativa privada, que as ajudam a ter uma gestão mais moderna, sustentável e eficiente na prestação de serviços aos cidadãos. Os EUA são um exemplo da variedade de iniciativas, tanto na forma quanto no objetivo.

Uma das tendências é abrir a administração da cidade a contribuições dos cidadãos. Em Scottsdale, no Arizona, a prefeitura organizou o site Speak Up (Fale!, numa tradução livre), fórum eletrônico no qual cidadãos postam ideias de ações para a prefeitura, cobram resultados e debatem os rumos da administração
Algo parecido faz South Bend, em Indiana. O site CityVoice reúne informações sobre imóveis da cidade. Se um parece abandonado, o morador pode pedir providências à prefeitura, ajuda para reformar ou mesmo denunciar crimes. Informações e pedidos são feitos por meio de mensagens de voz, que ficam disponíveis na página, ou por mensagem. Há também um mapa onde os internautas podem localizar o imóvel a que se referem no site.

De acordo com a prefeitura, a iniciativa é importante para o projeto de recuperação imobiliária da cidade, que sofre com a diminuição da quantidade de moradores. Cidade industrial até os anos 1980, South Bend experimenta os efeitos do êxodo populacional e hoje tem mais de 1.000 residências e galpões abandonados. O objetivo é recuperá-los em 1.000 dias, até 2015.

Outra tendência é o uso de novas tecnologias e softwares para poupar recursos naturais. Dubuque, no Iowa, desde 2006 possui uma política municipal de sustentabilidade. Três anos depois firmou uma parceria com a IBM para implementar equipamentos e programas que facilitassem o progresso da iniciativa. Assim nasceu o Dubuque Smarter Sustainable, que abrange ações relacionadas à gestão de água e esgoto e ao consumo de eletricidade, entre outras.

Em relação à rede de água e esgoto, 300 casas aderiram ao programa piloto que enviava informações sobre o custo do fornecimento de água e formas de economizar o líquido no dia a dia. Os lares também foram conectados a uma central, que passou a regular o fornecimento de acordo com a demanda dos moradores, possibilitando evitar o desperdício e a realocação de recursos. O software, por exemplo, conseguiu detectar vazamentos nas residências e enviava mensagens aos moradores pedindo providências. De acordo com relatório da IBM sobre a iniciativa, a prefeitura economizou cerca de US$ 200 mil no ano somente com o controle de gasto de água e campanhas de conscientização.

No consumo de eletricidade, a abordagem foi semelhante. A prefeitura firmou parceria com a fornecedora local de energia para instalar medidores inteligentes em 700 casas, a fim de obter padrões de consumo e realizar campanhas de conscientização. O resultado foi uma economia anual de 6% na conta de eletricidade.

Em Seattle, o foco da prefeitura foram os edifícios. Também por meio de parcerias, com a Microsoft e uma empresa local, o poder público instalou medidores de consumo de eletricidade e água em alguns edifícios comerciais. O objetivo era gerar um plano de poupança de consumo que pudesse ser aplicado em novas construções. As informações foram acumuladas em um bando de dados e os empreiteiros, ao submeter o projeto à prefeitura, recebem dicas de materiais que evitam desperdício de energia e outros insumos. Tudo automatizado e com sistemas de testes incluídos. A economia até agora chegou a 21% em eletricidade e 6% em água, de acordo com relatório divulgado pelo consórcio que administra o distrito “Seattle 2030”, que participa da iniciativa e sede da maioria dos novos prédios comerciais da cidade.

Há também muitas iniciativas relacionadas a trânsito, principalmente nas grandes cidades. Em Boston, o “distrito da inovação”, bairro cheio de empresas de tecnologia, conta com aplicativos para orientar motoristas no confuso trânsito. O Smart Parking Sensors comunica a existência e a localização de vagas por telefone, enquanto as “Time to Destination Signs” (placas de tempo ao destino) calculam quanto tempo o veículo levará a um ponto ao calcular o trânsito adiante por meio de leitores espalhados nas principais vias. “Os sensores reduzem o congestionamento por diminuir o número de motoristas que circulam procurando por vagas, enquanto as placas permite que os veículos se movam pelo bairro da maneira mais eficiente e rápida possível”, declarou o secretário de transportes local, Thomas Tinlin.

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