Centenário de Vilanova Artigas será lembrado em 2015

Dentro do modernismo, arquiteto foi um dos maiores “escola brutalista” de São Paulo



O arquiteto Vilanova Artigas, falecido em 1985, completaria 100 anos em 23 de junho de 2015. Os preparativos para a celebração da data já estão em andamento, sob coordenação de sua filha, a historiadora Rosa Artigas.
A celebração está ramificada em quatro vertentes – um documentário, um site, um livro e uma exposição – que contam com  um núcleo de pesquisa em comum. A inédita cinebiografia do arquiteto, com o título provisório de “Vilanova Artigas: As Cidades como as Casas, as Casas como as Cidades”  tem,  desde a sua captação, a vocação multiplataforma. “O roteiro foi pensado para gerar longa-metragem, série de televisão e websérie”, conta a coordenadora do projeto.
O site oficial disponibilizará o acervo profissional e pessoal de Artigas para acesso público, além de centralizar todas as informações sobre os eventos do centenário. No livro, uma curadoria definitiva de suas obras mais relevantes, que influenciaram e seguem inspirando arquitetos brasileiros e estrangeiros. A exposição, promovida pelo Itaú Cultural, propõe um mergulho do público com o processo criativo do arquiteto. Seus projetos, seus desenhos e fotos pessoais revelam seu lado artístico e humano.
Nascido em Curitiba em 1915 e formado pela Escola Politécnica da USP,   João Batista Vilanova Artigas foi um dos arquitetos brasileiros mais importantes do século XX. Radicado em São Paulo, foi fundador e professor universitário da FAU – Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da USP, escola cujo prédio ele mesmo projetou. Seu estilo é característico da assim chamada escola paulista ou escola brutalista de São Paulo, dentro do modernismo. O estádio do Morumbi, o emblemático edifício Louveira (no bairro de Higienópolis), sua própria residência e a casa de Elza Berquô , em São Paulo; o conjunto habitacional Zezinho Magalhães, em Guarulhos; e a estação rodoviária de Jaú, são outras de seus projetos.
Rosa Artigas lembra que o centenário fica justamente no período compreendido entre a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos, realizados no Brasil. Esses eventos naturalmente movimentarão o mercado da construção civil na agenda de governos, da sociedade civil  e jogam luz sobre as condições de mobilidade urbana e promovem a reflexão sobre a dinâmica da vida nas cidades. “Artigas anteviu a arquitetura e o urbanismo como ferramentas indispensáveis para a transformação da realidade das cidades brasileiras. Propôs  soluções na prática de seu processo criativo como arquiteto, como professor e intelectual. Seu legado vanguardista não só permanece atual, como  está mais efervescente do que nunca”.
O documentário foi idealizado e será escrito e dirigido  pela neta do arquiteto, a roteirista e jornalista Laura Artigas. Terá co-direção de Pedro Gorski e a coordenação artística de Marcelo Machado, diretor do premiado documentário “Tropicália”. A produção executiva está a cargo de Luiz Ferraz e Gal Buitoni da Olé Produções. A pesquisa por Rosa Artigas, que também assina a organização do livro. Com mais de 30 anos de experiência na área cultural, ela foi responsável, entre outros,  pelos dois primeiros livros sobre o arquiteto Paulo Mendes da Rocha. O arquiteto Marco Artigas, também neto do arquiteto, será o curador responsável pelo acervo digital que se tornará público por meio do site oficial de Vilanova Artigas.
Conhecido por sua atuação política de esquerda e associação com o Partido Comunista Brasileiro, foi demitido da FAU em 1969 na esteira do AI-5 e exilou-se no Uruguai. Foi responsável pela reestruturação da grade curricular do curso de arquitetura no início dos anos 60, mas essas diretrizes foram abandonas assim que a ditadura se instalou. Artigas voltou ao Brasil pouco tempo depois, mas só retornou à FAU depois da anistia e na condição secundária de professor auxiliar.
O projeto “Artigas 100 anos” está em busca de patronos, que receberão como contrapartida os produtos do centenário e outras recompensas ainda mais especiais por seu apoio.
Celebrando a memória do próprio Vilanova Artigas, que sempre acreditou na troca de ideias e na melhoria da sociedade por meio do esforço coletivo, o projeto aproveita os contemporâneos conceitos de financiamento colaborativo e da mobilização para convocar apoiadores que prestigiem a preservação da memória do arquiteto, e por consequência, da Cultura Brasileira. Para participar entre em contato pelo email centenarioartigas@gmail.com.

Fonte: http://www.caubr.gov.br/?p=25462

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