Ibirapuera | modernidades sobrepostas

Ibirapuera no OCA até 01 de fevereiro de 2015
Ibirapuera
Exposição Ibirapuera: modernidades sobrepostas
Para comemorar os 60 anos do Parque Ibirapuera, o Museu da Cidade – OCA, ligado à Secretaria Municipal de Cultura de São Paulo, realiza a exposição Ibirapuera: modernidades sobrepostas, com curadoria dos arquitetos Rodrigo Queiroz e Ana Barone. A mostra, que ocupará o andar térreo do Pavilhão Lucas Nogueira Garcez,  reúne  desenhos, fotografias, maquetes, painéis, documentos, plantas, mapas e desenhos provenientes de instituições da Prefeitura de São Paulo, bem como de acervos particulares e de instituições, como o Instituto Moreira Salles.
Nesta mostra, os curadores Rodrigo Queiroz e Ana Barone abordam o conceito e a concepção do Parque, apresentando os projetos de Oscar Niemeyer para os pavilhões temporários unidos e a grande marquise, e o programa de uso nos primeiros anos de funcionamento. A exposição também aproxima o Parque à arquitetura moderna que se instala no país naquele momento, como, por exemplo, o Aterro do Flamengo, no Rio de Janeiro, a construção de Brasília, ao Conjunto da Pampulha, em Belo Horizonte, e aponta para o processo de englobamento da área pela mancha urbana que se expandiu para o sul da cidade.
Em núcleo paralelo, serão expostos quatro painéis remanescentes da primeira exposição realizada na OCA, evento que integrou as comemorações do IV Centenário da Fundação de São Paulo. Os painéis, pintados por Clóvis Graciano, Manuel Lapa, Di Cavalcanti e Tarsila do Amaral, retornam ao Ibirapuera para a exposição, que contará também com desenhos da Coleção de Arte da Cidade. Estão programados palestras e debates quinzenais, seguidos de visita guiada à exposição.
Segundo o curador Rodrigo Queiroz, a inauguração do Parque Ibirapuera (1954) define a imagem do segundo período da modernidade paulista, passados mais de 30 anos da Semana de Arte Moderna de 22. “Simultâneo à transição entre uma discreta figuração cubista oficial e o abstracionismo geométrico, identificado como Concretismo Paulista, o IV Centenário da cidade de São Paulo foi argumento e pano de fundo para a elaboração de um peculiar projeto de modernidade que revela justamente as contradições de uma sociedade conservadora, mas em acelerado processo de transformação”, afirma Queiróz. A criação da Bienal de Arte de São Paulo, juntamente com as fundações do MASP e do MAM-SP, posiciona a cidade de São Paulo como centro nacional da difusão da cultura e das artes.
Para Ana Barone, a verticalização de São Paulo foi marcada por uma tendência predominante de edifícios produzidos com vistas à eficiência de lucratividade, na qual a qualidade da habitação resultante nem sempre esteve em primeiro plano. No entanto, algumas exceções se destacam, por se tratarem de projetos francamente partidários dos princípios da racionalidade, da funcionalidade e do despojamento. Neste momento, a cidade poderá conhecer os desenhos originais dos projetos de algumas obras da mais moderna arquitetura residencial produzida no período.
Ibirapuera
Memória Mutante, exposição de fotografias simultânea à mostra Ibirapuera
MEMÓRIA MUTANTE – A constante reconstrução do espaço urbano central de São Paulo é tema de Memória Mutante, exposição de fotografias simultânea à mostra Ibirapuera: modernidades sobrepostas, que ocorre também na OCA (Pavilhão Lucas Nogueira Garcez) sob realização do Museu da Cidade.
A curadoria de Henrique Siqueira reúne 210 fotografias pertencentes à Coleção de Fotografias Iconográficas do Museu da Cidade de São Paulo e propõe o encontro das imagens de Militão Augusto de Azevedo (1862) e Ivo Justino (1970), como forma de dimensionar a complexidade das camadas de memória urbana.
Siqueira destaca que, há pouco mais de 100 anos, São Paulo assistiu ao desaparecimento da antiga Igreja da Sé e de todo o quarteirão ao seu redor, operação que marcou o começo das grandes obras destinadas à edificação de uma cidade moderna e cosmopolita. Ele reforça que o binômio demolir/construir, repetido no período da verticalização da área central e da implantação do plano viário de Prestes Maia, consolidou-se como um dos pilares da renovação urbana. “Privilegiando o novo, esta lógica de reconstrução ininterrupta desafiou a permanência dos espaços públicos, conduzindo a um apagamento da paisagem e do pensamento arquitetônico vigente no passado.”
Essa característica paulistana tem como consequência a ampliação do papel da fotografia no registro da história da cidade. Intencionalmente, o curador selecionou fotografias pontuais de casos históricos que agitaram a identificação afetiva da cidade, como a demolição do Belvedere Trianon, o incêndio da Estação da Luz ou a construção do Hangar do Campo de Marte. A mostra também apresenta a documentação realizada pela Seção de Iconografia da Prefeitura sobre as habitações populares e ensaios que reproduzem o cotidiano nas indústrias de tecelagem.
O gesto oficial de colecionar fotografias na municipalidade inicia-se em 1938, com a aquisição do lote de negativos de vidro pertencente ao fotógrafo Aurélio Becherini, dando origem à atual Coleção de Fotografias Iconográficas do Museu da Cidade de São Paulo, de onde vieram todas as imagens apresentadas nessa exposição. Coube a outro fotógrafo, Benedito Junqueira Duarte, iniciar a ampliação e a primeira catalogação dessa coleção; hoje ela conta com mais de 70 mil fotografias que documentam a transformação urbana de São Paulo nos últimos 154 anos.
Serviço: Exposição Ibirapuera / Exposição Memória Mutante / Visitação até 01 de fevereiro de 2015 / De terça a domingo, das 9h às 17h / Entrada franca / Condições de Acessibilidade / programação livre / Endereço: OCA – Pavilhão Lucas Nogueira Garcez / Av. Pedro Álvares Cabral s/nº Parque Ibirapuera – Portal 3 / 11.5579.0151|MuseuDaCidadeOCA
Fonte: http://www.arqbrasil.com.br/_jornal1.htm

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