Diferença de salário entre homens e mulheres na arquitetura está diminuindo, diz pesquisa do AJ

Biblioteca de Birmingham / Mecanoo. Francine Houben foi eleita a arquiteta do ano em 2014 pelo AJ. Imagem © Christian Richters                           Biblioteca de Birmingham / Mecanoo. Francine Houben foi eleita a arquiteta do ano em 2014 pelo AJ. Imagem © Christian Richters

Em sua quarta edição, a pesquisa Women in Architecture, realizada pelo Architect's Journal, está fortemente inserida na discussão de gênero na profissão da arquitetura. Utilizando dados de oriundos de diversas partes envolvidas - clientes, consultores, engenheiros, construtores e acadêmicos - o levantamento de 2015 focou apenas no Reino Unido e viu o número de participantes aumentar para inéditos 1.104 entrevistados, 20% dos quais eram homens.
Os resultados das edições anteriores da pesquisa levantaram a discussão no meio arquitetônico e na mídia,  tendo sido citados pelo RIBA e pelo governo britânico. A pesquisa cobre quatro tópicos principais - pagamento, prática, educação e filhos - começando com questões mais amplas sobre discriminação antes de se aprofundar em temas mais específicos. Veja a seguir os resultados do levantamento de 2015.

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Cortesia de The Architects' Journal                                                             Cortesia de The Architects' Journal

Quando perguntadas se já haviam sofrido discriminação sexual em sua carreira na arquitetura, 75% das mulheres responderam positivamente. Dos 41% que se identificou como vítima de "[assédio moral] enquanto trabalhava com arquitetura", 68% disse que os incidentes em questão aconteceram em seus próprios escritórios. Uma entrevistada comentou que "as piores experiências eram ocasionadas por clientes e colegas", enquanto que outra descreveu como "após uma mulher ter deixado o escritório, um arquiteto ligou para um colega para dizer o que ela estava vestindo." No entanto, os resultados sugerem que o assédio moral em locais de trabalho não são exclusividade feminina, com quase um terço dos entrevistados relatando experiências similares. Destes, 60% afirmou que o assédio aconteceu no escritório. "Nosso escritório é muito político", comentou um dos entrevistados.
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Embora os números que relacionam o assédio moral em locais de trabalho com a questão do gênero sejam inconclusivos, há claramente outras questões envolvidas. A diferença de salário na faixa média de ganhos está diminuindo  - 22% das mulheres ganham entre  £33.000-36.000, comparadas com 24% dos homens - embora as discrepâncias aumentem nos dois extremos do espectro. Trinta e oito porcento das mulheres médicas ganham menos de £37.000, enquanto que apenas 19% de seus colegas homens ganham menos que isso; por outro lado, 6,7% dos homens ganham entre  £75.000-99.000, ao passo que apenas 1,5% das mulheres ganham isso.
O relatório reflete sobre como as mulheres vem tentando contornar esse problema, notavelmente "saindo da hierarquia típica ... [e assumindo] um nível maior de responsabilidade e autonomia." Onze porcento das entrevistadas eram autônomas, comparado com 7% dos homens. 49% das mulheres trabalham em escritórios com menos de 26 funcionários. As mulheres estão deixando dos grandes escritórios, sugere o levantamento, com um sentimento de frustração. "Não consigo ver oportunidades devido à estrutura rígida", disse uma entrevistada.
O tema "filhos" também foi abordado, com 87% das arquitetas respondendo "sim" para a questão de "se ter filhos coloca a mulher em desvantagem na arquitetura"; a mesma porcentagem respondeu "não" quando a mesma pergunta foi feita em relação aos homens.

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As respostas dos homens são igualmente reveladoras. Quando perguntados se pensam que há "tantas oportunidades para as mulheres quanto para os homens na arquitetura", 82% dos entrevistados responderam "sim", e quando perguntados se recebiam mais que suas colegas arquitetas, um terço respondeu "não". Nesse ponto a importância do relatório do AJ se torna nitidamente evidente, legível e fácil de digerir; a pesquisa coloca em primeiro plano questões das quais muitos simplesmente não estão cientes.

Saiba mais sobre o relatório Women in Architecture aqui.

  Fonte:Arcilla, Patricia. "Diferença de salário entre homens e mulheres na arquitetura está diminuindo, diz pesquisa do AJ" [AJ's 2015 Women in Architecture Survey Says “Pay Gap” is Slowly Closing] 07 Feb 2015.ArchDaily Brasil. (Trad. Romullo Baratto) Acessado 8 Fev 2015.http://www.archdaily.com.br/br/761604/diferenca-de-salario-entre-homens-e-mulheres-na-arquitetura-esta-diminuindo-diz-pesquisa-do-aj

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