o futuro está no passado

a radicalidade do projeto de lina bo bardi e momentos históricos marcantes pautam os possíveis caminhos do museu de arte de são paulo, sob nova direção artística de adriano pedrosa

12.02.2015
texto
camila belchior
fotos
mauricio jorge e biblioteca e centro de documentação do masp

registro de 1969 mostra o uso do vão livre do prédio como espaço expositivo – na foto, exposição playground, de nelson leirner

registro de 1969 mostra o uso do vão livre do prédio como espaço expositivo – na foto, exposição playground, de nelson leirner

“Um museu não é apenas uma instituição que reúne e preserva determinado acervo”, diz Adriano Pedrosa, diretor artístico do Maspdesde novembro do ano passado. Um museu vai muito além disso, se configurando de forma complexa e multifacetada. Seu papel é plural: pode representar apenas o prédio em si; ser um espaço de pesquisa e aprendizado – ou de entretenimento; ou ainda ser significativo em sua dimensão política e administrativa. No entanto, um museu deve primordialmente criar e atrair comunidades que se identificam com sua vocação, manifestada tanto através da arquitetura quanto de um programa, atividades e produtos culturais associados. Para que não se isole e caia num limbo dormente, um museu ainda deve ser um espaço de inovação e experimentação constantes, e suas atividades devem costurar novas tramas culturais que unem seu passado e presente, enquanto constroem seu futuro.

registro de 1968 mostra uma das propostas de lina bo bardi para o masp que será resgatada por adriano pedrosa: o uso dos cavaletes de vidro

registro de 1968 mostra uma das propostas de lina bo bardi para o masp que será resgatada por adriano pedrosa: o uso dos cavaletes de vidro

O vasto acervo do Masp, de cerca de oito mil objetos, é considerado um dos mais expressivos e importantes do hemisfério sul, com destaque para as obras históricas da arte europeia de mestres como Degas, Cézanne, Renoir, Goya, Modigliani e Rembrandt. O museu paulistano também acolhe coleções de arte africana e indígena brasileira, além de peças de vestuário criadas por artistas como Hércules Barsotti, Antônio Bandeira e Alfredo Volpi. Incumbido da nova responsabilidade, Pedrosa imerge na história da instituição, do prédio e das coleções para começar a desenhar os caminhos do museu. Para 2015, pleiteia uma série de exposições temporárias criadas a partir do acervo e, em 2016, o início de atividades com empréstimos de obras.

 

acervo do museu apresentado na faap em 1957

acervo do museu apresentado na faap em 1957

a fotografia de 1960 mostra o espaço expositivo da sede do masp na rua sete de abril, que se transfere em 1968 para o icônico prédio de pórticos vermelhos da avenida paulista, idealizado por lina bo bardi

a fotografia de 1960 mostra o espaço expositivo da sede do masp na rua sete de abril, que se transfere em 1968 para o icônico prédio de pórticos vermelhos da avenida paulista, idealizado por lina bo bardi

Outros formatos
Pedrosa foi responsável por duas monumentais exposições em 2014 no eixo Rio-São Paulo, marcos em sua carreira como curador independente: Artevida, em instituições cariocas, e Histórias Mestiças, no Tomie Ohtake, em São Paulo. Ambas foram tentati- vas bem-sucedidas de apresentar diferentes modos de expor a um circuito de arte vibrante, mas que hoje perigosamente se confunde com o voraz mercado da arte contemporânea.

adriano pedrosa

adriano pedrosa

Em entrevista à Bamboo, Pedrosa afirmou que é importante “entender a arte no campo ampliado da cultura”, cultura essa composta de vários elementos e manifestações que se cruzam, formando uma malha intricada de conexões e sobreposições.

Inspirado por um acervo que oferece uma rica diversidade, abrir novos campos de cultura e atrair novas audiências para o museu está entre os desafios de Pedrosa para a sua gestão. Para isso, ele contará com a ajuda de curadores associados, que serão especialistas nos diferentes campos que formam a estrutura artística do museu, e da presidência de Heitor Martins, que já esteve à frente da Fundação Bienal de São Paulo. A história do Masp também o estimula a tentar definir um papel mais singular para o museu. “É preciso buscar novas maneiras, com mais dinamismo e um certo grau de interatividade – que não seja o modelo visitante-espectador passivo.”

Leia a matéria completa na seção power arte do anuário 2015.

Fonte: http://bamboonet.com.br/posts/a-radicalidade-do-projeto-de-lina-bo-bardi-e-momentos-historicos-marcantes-pautam-os-possiveis-caminhos-do-museu-de-arte-de-sao-paulo-sob-nova-direcao-artistica-de-adriano-pedrosa

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