Cuidados para especificação de louças e metais sanitários que pedem instalações especiais devem vir desde o anteprojeto


Por Valentina Figuerola
Edição 242 - Maio/2014
Foto: Fernando Guerra

Para instalações que fogem ao convencional, os elementos de louças e metais devem ser considerados ainda no anteprojeto
Design marcante, porém leve, e uma grande variedade de acabamentos. Essas são duas tendências quando se fala em louças e metais sanitários, que cada vez mais incorporam soluções que viabilizam a economia de espaço e de água.
As cubas de semiencaixe, que ficam parcialmente em balanço, vêm sendo adotadas principalmente em bancadas de pouca profundidade e em banheiros compactos. Fabricantes também apostam em produtos que economizam espaço, como as bacias sanitárias monoblocos, nas quais a caixa de descarga é integrada à bacia formando uma peça inteiriça de fácil instalação e que evita vazamentos (entre bacia e caixa) ocasionados pelo erro da mão de obra. Outra alternativa é a bacia e lavatório reunidos em um só equipamento. Além de otimizar o espaço, o produto incorpora uma tecnologia que permite a reutilização da água do lavatório na bacia, trazendo economia de água.
Mas antes de qualquer especificação, é essencial realizar uma análise da tipologia do edifício, do público-alvo e das condições de pressão das instalações hidráulicas. "O arquiteto deve verificar a conformidade dos aparelhos sanitários em relação às normas técnicas, além de saber se a edificação é comercial ou residencial, se será usada por idosos, crianças ou portadores de deficiência, e se a pressão da água é baixa ou alta", diz Vera Fernandes Hachich, gerente técnica da Tesis Engenharia.
Segundo o engenheiro Roberto de Carvalho Júnior, autor do livro Instalações hidráulicas e o projeto de arquitetura (Editora Blucher), o design mais arrojado das bacias de descarga tem favorecido sua aceitação no mercado. "Por razões estéticas, os fabricantes estão investindo mais nas caixas embutidas nas paredes do que nas suspensas ou acopladas sobre a bacia", acrescenta o engenheiro.
Forte tendência na área, as bacias e os bidês suspensos ocupam menos espaço do que os equipamentos convencionais, facilitam a higiene do banheiro e utilizam menos água para a descarga. "O fato de a fixação não ser no piso evita vazamentos junto aos parafusos e problemas de interface da louça com o piso", explica o arquiteto Eduardo de Castro Mello.
Porém, a especificação de elementos com instalação diferenciada requer certos cuidados. Como as louças suspensas são associadas às caixas de descarga embutidas nas paredes, exigem projeto e instalação técnica diferentes dos convencionais. Daí a importância destes e outros equipamentos serem considerados desde a fase de anteprojeto.
De acordo com ABNT NBR 15.097 - Aparelho Sanitário de Material Cerâmico - Requisitos e Métodos de Ensaio, bacias e bidês suspensos exigem do projeto a previsão dos pontos de entrada de água e de coleta de esgoto na parede. Segundo Vera, pode ser necessário o uso de suportes específicos para reforço da vedação. "Caixas de descarga de embutir também requerem uma instalação hidráulica específica e, dependendo do sistema construtivo, pode exigir reforços na vedação", acrescenta a engenheira.
No que se refere às cores e acabamentos, é possível encontrar louças com acabamentos texturizados que imitam materiais como o cobre e o granito, cores intensas (vermelho, azul, laranja e verde e dourado) e em preto e branco. Algumas ainda dispõem de aplicação de esmaltes especiais que fazem com que a superfície remeta aos revestimentos cerâmicos ou de pastilha.
METAIS TECNOLÓGICOS
Assim como nas louças, predominam nos metais as formas depuradas (retas ou curvas) e acabamentos como o dourado, cromado ou fosco. A substituição dos equipamentos convencionais pelos produtos com dispositivos reguladores de fluxo (arejadores) e fechamento automático, com acionamento mecânico ou por sensor, são boas opções para economizar água. "Entretanto, além de terem um custo mais elevado do que os convencionais, os dispositivos de fechamento automático devem ser utilizados apenas em situações em que a inspeção regular e a manutenção possam ser assegurados, para evitar falhas no funcionamento que levem ao eventual desperdício de água", alerta Carvalho Júnior.
As normas técnicas não fazem distinção de produtos para uso público ou privado. Porém, na prática, há diferenças. Locais que recebem grande volume de visitantes devem priorizar questões como durabilidade e resistência ao furto e atos de depredação. "As torneiras e válvulas com fechamento automático ou com sensor são ideais em locais que reúnem um grande público, assim como o design antivandalismo", afirma Eduardo Castro Mello, especializado em arquitetura esportiva.

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Fonte: http://au.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/242/cuidados-para-especificacao-de-loucas-e-metais-sanitarios-que-pedem-311282-1.aspx

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