Normas e cuidados para especificação de revestimentos internos em residências

Por Valentina Figuerola
Edição 249 - Dezembro/2014
     Os revestimentos internos residenciais são submetidos a condições mais amenas de uso que os externos. Mas não é por isso que pisos e paredes de cerâmica, porcelanato, vinílico e pedras ornamentais, dentre outros materiais, dispensam cuidados de projeto e de execução para evitar patologias ou mesmo garantir a segurança dos usuários.
Definido o material, o passo seguinte é projeto de paginação, que contém informações como a dimensão e a posição das peças de revestimento. Bem elaborado, garante melhor aproveitamento e perdas mínimas. Para o arquiteto Fernando Forte, do escritório paulistano FGMF, um dos trechos mais problemáticos e que requerem mais atenção por parte do projetista é o da junção de materiais distintos. "Não é recomendável realizar uma emenda ou encontro de topo sem prever uma bunha, mudança de nível ou outra guarnição, pois, como os materiais trabalham de formas diferentes, podem surgir trincas ou outras patologias nestes encontros", explica.
Em quartos, salas e corredores sem inclinação, onde a facilidade de limpeza e a resistência química aos produtos de limpeza são as características desejadas ao material, a NBR 13.818 - Placas cerâmicas para revestimento - Especificação e métodos de ensaio estipula as classes A, B e C de resistência ao ataque químico, sendo a especificação mínima a classe B. Já a classificação do Porcelain Enamel Institute refere-se à resistência a manchas, com uma variação de 0 a 5, sendo que os produtos com PEI 5 oferecem mais facilidade de limpeza e menos possibilidade de mancha. "Em áreas críticas, como escadas ou rampas, devem ser especificados produtos com coeficiente de atrito a seco maior ou igual a 0,4", alerta Amanda de Andrade Neme, gerente de qualidade e normas técnicas da Associação Nacional dos Fabricantes de Cerâmica para Revestimentos, Louças Sanitárias e Congêneres (Anfacer).
A avaliação do local do revestimento é fundamental para o bom desenvolvimento do projeto. Em casas praianas, por exemplo, sugere-se o uso de cerâmicas com maior resistência ao risco, evitando o uso de cerâmicas mates ou acetinadas, com superfícies rugosas ou com menor coeficiente de atrito. "Além das normas, o arquiteto também deve se ater às informações fornecidas pelos catálogos dos fabricantes, sobretudo no que se refere à resistência ao desgaste, no caso de produtos esmaltados, e à abrasão profunda, no caso dos não esmaltados", diz Amanda.
Ao especificar revestimentos cerâmicos, o arquiteto deve se basear nas normas NBR 13.818 e NBR 15.463 - Placas cerâmicas para revestimento - Porcelanato. "Essas normas estabelecem as características físico-químicas das tipologias cerâmicas, além de uma tabela resumida das características mínimas para cada área de aplicação", explica a gerente de qualidade.
Assim como as cerâmicas e as placas cimentícias, os granitos e mármores exigem o emprego de argamassas de assentamento e de rejunte específicas, em conformidade com a NBR 14.081 - Argamassa colante industrializada para assentamento de placas cerâmicas - Requisitos. Em rochas claras, como nos mármores brancos, são recomendadas argamassas brancas do tipo ACIII para evitar o surgimento de manchas no material.
Apesar de terem menor resistência à abrasão do que os granitos, os mármores podem ser aplicados com segurança em paredes e pisos internos de baixo tráfego, desde que sejam tomados alguns cuidados, como impermeabilizar a face colada no contrapiso.

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Fonte: http://au.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/249/normas-e-cuidados-para-especificacao-de-revestimentos-internos-em-residencias-334022-1.aspx

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