Mudanças transformadoras para proteger os recursos do planeta


                                                                                                                                                                      O Forte Lauderdale, na Flórida, está em risco com o aumento do nível dos oceanos (Foto: Dave/Flickr)

Este artigo foi escrito por Andrew Steer, Presidente e CEO do WRI, e publicado no site da UNEP e no WRI Insights.
***
“O futuro não é mais o que costumava ser.” O grande jogador de baseball e filósofo amador Yogi Berra infelizmente faleceu no ano passado, mas sua famosa frase sobre o futuro está mais viva do que nunca. Nosso futuro definitivamente não é mais o que costumava ser. E nem poderia ser.
Pense na expansão da pegada econômica deixada no mundo pela humanidade. O PIB mundial aumentou mais de 20 vezes no século XX e, mantendo um modesto crescimento anual de 3%, aumentará outras 20 vezes no século XXI. Se o crescimento por ano for de 4%, o aumento será de 50 vezes, implicando uma economia mil vezes maior do que tínhamos em 1900. Diante disso, não espanta que estejamos entrando em uma nova era geológica: do Holoceno para o Antropoceno.
Esse surpreendente crescimento econômico permitiu a maior redução da pobreza já vista na história – e, para que essa curva continue ascendente, é essencial que os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) sejam atingidos. No entanto, a magnitude desse salto na economia ameaça nosso futuro no planeta de muitas maneiras – e muitas delas ainda não foram totalmente compreendidas.
Assim, a questão que precisamos enfrentar é: a economia global pode continuar crescendo ao mesmo tempo em que reduzimos nossa pegada ecológica? Os últimos cinco anos trouxeram aprendizados notáveis nesse quesito. Importantes pesquisas, como as realizadas pela Comissão Global de Economia e Clima, mostraram que em quase todas as esferas da vida econômica e social há caminhos realistas que podem levar à prosperidade e a uma melhor qualidade de vida e reduzir os danos ambientais ao mesmo tempo. A má notícia é que, devido a uma inércia política, financeira e psicológica, essas transformações não estão acontecendo em uma escala nem remotamente próxima à necessária.

Quatro evoluções

Se quisermos sair do século XXI melhor do que entramos, precisamos de transformações radicais em pelo menos quatro grandes sistemas econômicos e sociais.

Construir as cidades de amanhã

Ao longo do último século, as cidades foram planejadas para os carros mais do que para as pessoas. O espraiamento urbano custa aos Estados Unidos mais de US$ 1 trilhão de dólares por ano, além de dezenas de bilhões de horas perdidas em congestionamentos. Muitas cidades perdem pelo menos 10% de seus recursos em engarrafamentos e outros 10% com a poluição atmosférica. Porém, cidades compactas, conectadas e coordenadas são mais eficientes, inclusivas e podem reduzir as emissões de carbono em até 90%. A mudança do modelo de cidades visto hoje para aquelas que desejamos para o futuro não precisa custar caro.
Os próximos quinze anos terão mais infraestrutura construída do que toda a já existente hoje, e o design sustentável poderia gerar uma economia de US$ 3 trilhões na construção de infraestrutura urbana em todo o mundo. Mas isso exige algo ainda mais escasso do que dinheiro: liderança política e social; vontade de realmente refletir sobre onde as pessoas vão viver no futuro e como irão se deslocar; e que tipo de edificações darão forma às cidades. Ainda temos tempo de acertar o passo – mas não muito.

0 comentários:

 
IAB Tocantins Copyright © 2009 Blogger Template Designed by Bie Blogger Template
Edited by Allan